
O CONVIVA SP, criado em 2019 pelas Resoluções SEDUC 48 e 49, tem como principal objetivo promover um ambiente escolar mais acolhedor, seguro e colaborativo, contribuindo para a melhoria do processo de ensino-aprendizagem. O programa atua na identificação de vulnerabilidades nas unidades escolares e implementa medidas para melhorar a convivência e segurança, favorecendo uma educação mais humanizada e significativa.
O CONVIVA SP se articula com diversas secretarias, instituições e a sociedade civil, e é composto por uma Equipe Central multidisciplinar. Essa equipe trabalha de forma integrada com as equipes regionais e locais, que envolvem Professores Especialistas em Currículo, Supervisores de Ensino, Diretores, Vice-Diretores, Professores Orientadores de Convivência e Psicólogos. Juntas, essas equipes mapeiam os fatores de convivência e segurança que impactam o aprendizado, elaboram diretrizes de intervenção, monitoram a execução de projetos e desenvolvem planos de formação continuada para os profissionais da educação.
Em sua atuação, o programa engloba ações de convivência, proteção e formação, com foco na melhoria da aprendizagem e na construção de um ambiente escolar inclusivo para todos os estudantes da rede estadual de ensino.
Objetivos
● Estabelecer estratégias de apoio e acompanhamento às equipes interlocutoras do Conviva SP nas Diretorias e Unidades Escolares no processo de aprendizagem;
● Colaborar para um clima escolar positivo por meio de ambiente de aprendizagem colaborativo, solidário e acolhedor;
● Articular ações para a melhoria de indicadores de permanência de aproveitamento escolar;
● Incentivar a integração a participação ativa da família na vida escolar dos estudantes da rede de ensino estadual;
● Articular ações para o fortalecimento da rede protetiva no entorno da comunidade escolar, com aproximação entre os serviços de atenção básica com foco preventivo como os relacionados à segurança pública, justiça e direitos, desenvolvimento social e saúde.
Público-alvo: Todos os estudantes da rede estadual de ensino de São Paulo, gestores escolares, professores especialistas em currículo de convivência, supervisores de ensino atuantes no Conviva, dirigentes regionais de ensino, psicólogos do Programa Psicólogos na Escola, familiares dos estudantes.
Três pilares de atuação do CONVIVA SP
Plano de Contingência: A elaboração do Plano de Contingência é um processo contínuo e essencial que envolve a identificação de riscos, definição de ações e procedimentos, implementação de sistemas de alerta, capacitação da comunidade escolar e realização de exercícios simulados. O objetivo é garantir a segurança da comunidade escolar em emergências, como incêndios, inundações ou vendavais, assegurando uma resposta rápida e eficaz com a participação de todos.
O documento deve ser desenvolvido de forma colaborativa, envolvendo professores, administração, zeladores, serviços de cozinha, limpeza, segurança e entidades externas como bombeiros, polícia e defesa civil. A gestão escolar coordena o plano, estabelecendo funções específicas para funcionários e estudantes em situações de urgência ou emergência. A criação de um comitê multidisciplinar é recomendada para conduzir as atividades.
O processo de elaboração do Plano de Contingência segue quatro passos: identificar riscos e capacidades, implementar sistemas de monitoramento e realizar exercícios simulados, definir funções e responsabilidades, e capacitar a comunidade escolar. O plano deve ser atualizado e testado anualmente, com revisões trimestrais.
Plano de Ação de Convivência Escolar: O plano de convivência escolar, elaborado pela escola e supervisionado pela diretoria de ensino, visa orientar o trabalho de educadores e gestores para melhorar a convivência escolar e atender às necessidades locais. O plano deve incluir a identificação da escola, mapeamento situacional da comunidade escolar, análise diagnóstica do clima escolar, desafios, objetivos, metas, estratégias e avaliação de resultados.
A elaboração do plano envolve ouvir a comunidade escolar e psicólogos, aplicar questionários para identificar problemas, organizar ações com base nos temas geradores e no diagnóstico do clima escolar, e realizar um mapeamento situacional detalhado. O planejamento deve ser participativo, com visibilidade para todos os segmentos da escola, e incluir a validação e acompanhamento por parte do PEC, supervisores e gestores escolares. A avaliação do plano deve ocorrer ao final de cada semestre, permitindo ajustes ao longo do ano letivo.
Além disso, o plano deve integrar o projeto pedagógico da escola, ser validado pela diretoria de ensino, e incluir todas as parcerias e seus objetivos. A participação do grêmio estudantil é crucial para a elaboração e sustentabilidade das ações. A equipe do Conviva Central acompanhará o trabalho das diretorias de ensino e escolas, oferecendo suporte através de visitas técnicas, encontros, lives, ATPC, e orientações presenciais e online. O plano deve ser elaborado anualmente, com revisões trimestrais.
Acolhimento: O ato de acolher é essencial para o fortalecimento da comunidade escolar, promovendo respeito às diferenças e incentivando uma comunicação não violenta. Acolher envolve renovar pactos, construir novos combinados e fortalecer laços afetivos, contribuindo para um ambiente mais humanizado e inclusivo. Esse processo favorece o desenvolvimento de relações de gentileza, compreensão e respeito, sendo fundamental para a convivência escolar e social ao longo da vida.
Acolher significa aceitar o outro como ele é, com suas potências e fragilidades, e aprender a lidar com as diferenças. É através do diálogo e das trocas de experiências que nos aprimoramos, criando um “nós” que permite a realização de projetos, mudanças e transformações. O acolhimento pode se dar por palavras, gestos simples, olhares e ações que rompem a solidão e promovem o pertencimento, essencial para o bem-estar emocional e o aprendizado. O acolhimento é um processo contínuo que deve estar presente no cotidiano escolar, não apenas no início do ano letivo. Educadores, gestores, estudantes e familiares devem estar envolvidos nesse processo, que contribui para a saúde mental, o desenvolvimento pedagógico e a melhoria da convivência. A prática de acolher é simbólica e real, requer escuta ativa e comunicação assertiva, criando um ambiente mais integrado e humano.
Exemplos de atividades de acolhimento
● Teia dos sonhos coletivos: peça para os estudantes escreverem um sonho que desejam alcançar. Cole em um papel. Depois compartilhe os sonhos em grupo. Para concluir: quais os sonhos que podemos sonhar juntos?
● Narrativas acolhedoras e nem tanto: Selecione uma pequena história ou conto que uma personagem foi bem acolhida e outra nem tanto. Faça uma reflexão sobre o desfecho de cada história.
● Construindo regras: Faça um jogo com os estudantes com a seguinte comanda: “Vocês agora são empreendedores e vão construir uma escola. Serão os donos dessa escola e criarão as regras de convivência. Como a questão disciplinar deve ser tratada nessa escola?”
● Narrativas familiares: Consultar quem gostaria de contar vivências de familiares, ou próprias, por meio de uma linha do tempo desde quando chegaram ao local, como se estabeleceram, quais desafios e/ou superações enfrentaram até o momento atual.
● Tour pela escola: Cada segmento apresentará o seu local de trabalho (secretaria, sala de direção/vice-direção, coordenação pedagógica, psicólogo, salas de aula, cozinha, cantina, banheiros, quadra, pátio) e falará um pouco sobre o trabalho desenvolvido por si e pela escola. Por fim, a gestão escolar apresentará além da sala de diretor e vice-diretor, as áreas externas.
● Objetos de estimação: Pedir que os estudantes tragam, para conversar com o grupo, um pequeno objeto (qualquer que seja). Coloque, cuidadosamente, o objeto sobre uma mesa ou um tapete. Conte para o grupo sobre como esse objeto foi parar em suas mãos, e por que você guarda esse objeto. Ao finalizar o trabalho, tenha cópia do poema Guardar - de Antonio Cicero, e distribua para os estudantes. Em forma de jogral, cada estudante declama um verso ou frase do poema.
● O Trenzinho da Convivência: Encenação da música de Villa Lobos “O Trenzinho Caipira”. Utilizando o corredor da escola, organize uma fila no formato de um trem, com a música sendo executada, em trilha sonora, na versão instrumental. Cada sala de aula representa uma estação. O trem para na porta das salas de aula e pergunta para as pessoas: “o que você gostaria que levássemos nesse trem?”. Os estudantes formam os vagões e seguem em fila. O “Trem fila” vai seguindo e no final, os estudantes vão para o pátio da escola ou teatro da escola. Em algum espaço adequado, os estudantes poderão dançar, cantar ou fazer alguma performace.
Datas importantes
Fevereiro - elaboração dos Planos de Contingência e Convivência;
Março - atenção aos conflitos de início de ano letivo
Maio - revisão dos Planos de Contingência e Convivência;
Julho - atenção ao período de unidades escolas vazias (aumento de furtos)
Agosto - revisão dos Planos de Contingência e Convivência
Setembro - atenção às questões de saúde mental, mês da valorização da vida
Novembro - revisão dos Planos de Contingência e Convivência;
Dezembro - atenção ao período de unidades escolares vazias (aumento de furtos)